Funcionários relatam problemas de infraestrutura no presídio.
Apenas 20 celas estariam disponíveis para abrigar os 1.172 detentos.
Agentes penitenciários do Centro de Detenção Provisória (CDP) de São José dos Campos estão preocupados com a falta de segurança no presídio. Eles afirmam que a situação do prédio, que tem capacidade para receber 525 detentos e abriga 1.172, piorou desde a rebelião realizada na última quinta-feira (26). Duas pessoas foram mortas durante o motim.
O CDP, que fica no bairro do Putim, tem quatro pavilhões e cerca de 60 celas. De acordo com os agentes, apenas 20 estão em condições de abrigar presos após a rebelião, e muitas teriam recebido apenas reparos emergenciais para voltar receber os detentos. Para eles, o local não oferece segurança a reclusos nem trabalhadores.
"O que precisamos primeiro é que seja, o CDP de São José dos Campos, interditado. Necessitamos urgentemente que ele seja interditado e que todos os presos sejam transferidos imediatamente", afirma.
A tensão começou com a rebelião organizada pelos presos para reivindicar melhorias nas estruturas do local. Um funcionário que não quis se identificar revela que mesmo após o término do motim, o clima entre eles é de medo.
"Até mesmo pra levar um ladrão pra uma audiência, não tem a menor condição. Porque a gente não vai querer fazer esse trabalho, de entrar no pavilhão e fazer o trabalho interno e externo", conta.
Rebelião
Durante a rebelião, que durou dez horas, os presos destruíram as celas, botaram fogo nos colchões e quebraram paredes. Um agente penitenciário foi feito refém e liberado sem ferimentos após a negociação.
Dois detentos foram mortos durante a rebelião. Eles foram identificados como o pai da menina Giovana Victoria Ribeiro da Silva, morta a tiros em um assalto em março em Jacareí (SP), e um jovem que, segundo a polícia, participou do crime a mando dele.
Outro lado
A Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) informou que está realizando um balanço dos danos causados e que tenta identificar os autores da rebelião e das duas mortes que aconteceram durante a agitação. Por segurança, as visitas no presídio estão suspensas.
Sobre a população prisional acima da capacidade, a SAP disse que o governo estadual tem tomado medidas de expansão das unidades prisionais em São Paulo. A secretaria não respondeu as reclamações dos agentes apresentadas na matéria e comunicou que não haverá transferência de presos.
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