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domingo, 1 de maio de 2016

Superlotação: população carcerária é 88% maior que a capacidade

Aumento no número de presos segue o crescimento registrado no País em dez anos; CDP de Hortolândia registra a pior situação


Nos últimos dez anos, o sistema penitenciário do Brasil registra um aumento significativo no número de presos, superlotando as unidades em todo o Estado de São Paulo. Nessa matemática incluem-se as penitenciárias, os centros de detenção e ressocialização e centro de progressão penitenciária localizados na RPT (Região do Polo Têxtil). As seis unidades já operam com praticamente o dobro da capacidade: são 88,75% pessoas a mais do que poderiam comportar.
Foto: Arquivo / O Liberal



Na RPT (Região do Polo Têxtil) o sistema prisional oferece 4.298 vagas para uma superpolução de 8.113 presos

Na RPT (Região do Polo Têxtil) o sistema prisional oferece 4.298 vagas para uma superpolução de 8.113 presos
O CDP (Centro de Detenção Provisória) de Hortolândia se encontra em pior situação. Segundo dados divulgados no dia 28 de abril pela SAP (Secretaria de Administração Penitenciária), o prédio, que possui capacidade máxima para atender 844 detentos, abriga 2.350 indivíduos atualmente. O CDP de Americana ocupa o segundo lugar no ranking da superlotação com 1.466 detentos – a unidade tem capacidade para 640 pessoas.


Dados fornecidos pela SAP mostram que, de 1º de janeiro a 31 de março deste ano, 27.224 pessoas foram recolhidas às unidades prisionais em todo o estado, ou seja, uma média de 300 pessoas por dia (incluindo finais de semana e feriados). O cálculo é semelhante a 2015, que somou 110.090 detentos no mês de dezembro. O Estado de São Paulo possui o maior sistema penitenciário do País


A realidade acompanha o crescimento registrado em outros estados. No documento divulgado pelo Ministério da Justiça, o Infopen (Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias), apontou crescimento de 64% na taxa de aprisionamento no Brasil, no período de 2004 a 2014. O relatório mostra que a população carcerária em dezembro de 2014 era de 622.202 pessoas, formada em sua maioria por jovens negros e de baixa escolaridade.
“A situação carcerária é uma das questões mais complexas da realidade social brasileira”, afirmou em nota o diretor do Depen (Departamento Penitenciário Nacional), Renato De Vitto. Para ele, os números do sistema penitenciário desafiam o sistema de justiça penal, a polícia criminal e a segurança pública nacional, e exigem uma postura de “qualidade” desses setores, desde uma análise mais atenta aos fatores que motivam as prisões até um aumento de concessão de medidas cautelares e penas alternativas “até a organização das rotinas das unidades prisionais”.


RESPOSTA. A SAP informou que, apesar da construção de unidades penais em todo o estado, com capacidade para 800 presos, “chega-se facilmente à conclusão de que, para atender essa demanda, seria necessária a construção de, no mínimo, uma unidade penal por mês, o que ainda não atenderia por completo”.
A secretaria afirma que o Estado não está indiferente com a situação e “desde o início do Plano de Expansão de Unidade Prisionais [em 2012] foram entregues 17.623 vagas, e que 20 unidades inauguradas, sendo outras 19 em construção”. Citou também que investe na ampliação de unidades de regime semiaberto, o que resultou em 7.379 novas vagas entregues e outras 804 em fase de construção. O estado conta com 69 CPMAs (Centrais de Penas e Medidas Alternativas). 




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