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domingo, 12 de junho de 2016

Região de Itapetininga tem 12 mil detentos e sistema deteriorado

Houve um aumento de 42%, já que em 2013 eram 8.638 internos; é como se dois complexos penitenciários surgissem às escondidas

Fof 




O sistema carcerário na região de Itapetininga está prestes a entrar em colapso. Num raio de 50 quilômetros, estão 12.127 detentos nos presídios de Itapetininga, Guareí e Capela do Alto. Segundo levantamento do Jornal Correio de Itapetininga com dados divulgados nesta semana pela Secretaria de Administração Penitenciária de São Paulo, em 2013 havia 8.530 internos – um aumento de 42% se comparado à junho deste ano. O que representa que dois complexos penitenciários nasceram de forma invisível na região devido à deterioração da política carcerária do governo estadual.
Em Itapetininga, as duas unidades prisionais estão com pouco mais do dobro da sua capacidade. A Penitenciária Jairo de Almeida Bueno (P1) e a P2, que têm capacidade para 844 detentos cada uma, abrigam atualmente 1.795 e 1.836 homens, respectivamente. As duas alas de progressão, na cidade somam 457 detentos. No Centro de Ressocialização Feminino há 199 detentas. A Fundação Casa abriga 64 internos exatamente a sua capacidade.
Na cidade de Guareí, os dois presídios operam com mais que o dobro da capacidade. A Penitenciária um tem 1.795 presos e a P2, 2.194. A capacidade de cada uma é de 844 detentos. O Centro de Detenção Provisória de Capela do Alto possui 1.886 internos e a Penitenciária mais 1.920 detentos. As duas unidades ficaram superlotadas meses após sua inauguração em 2013.
Barril de pólvora

De acordo com o diretor do Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo (Sifuspesp), Geraldo Arruda, as unidades da região estão abarrotadas de presos o que torna o ambiente insalubre, perigoso e inviável. “A Penitenciária 2 de Itapetininga não tem condições básicas para os presos. As enfermarias foram desativadas e se tornaram celas”, afirma o representante do sindicato. No local, não há mínima condições de saúde. “Temos reclamações frequentes de falta de higiene, remédios e até mesmo água”, afirma Arruda que pediu que o Ministério Público barrasse a transferência de presos para a região.
Segundo ele, há insegurança para os funcionários. “Os quadros de funcionários das unidades estão defasados e a SAP se nega inclusive a fornecer o número real de funcionários. O que pode aumentar o risco de fugas, motins e mortes. “Virou um barril de pólvora prestes a explodir”, afirma.
A SAP informou que ingressam 300 pessoas por dia no sistema penitenciário, incluindo, nesse cálculo, os finais de semana, feriados e dias santos. “Em face dessa enorme quantidade de inclusões de pessoas presas, o sistema penitenciário vem apresentando acentuado crescimento em sua população carcerária”, disse em nota enviada por e-mail.
Na conta da Secretaria de Administração Penitenciária, como cada unidade penal construída no Estado tem capacidade para cerca de 800 presos, chega-se facilmente à conclusão de que, para atender essa demanda, seria necessária a construção de no mínimo uma unidade penal por mês, o que ainda não atenderia por completo.


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