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terça-feira, 28 de junho de 2016

Saídas temporárias de presos trazem medo e insegurança no interior de SP

Eles são beneficiados por bom comportamento nos presídios e ganham a saída temporária. E logo que saem para as ruas, cometem vários crimes.

Detentos liberados temporariamente por bom comportamento praticam crimes em SP
Detentos liberados temporariamente por bom comportamento praticam crimes em SP


Casos recentes de crimes, praticados por detentos que deixaram a prisão por bom comportamento, tem gerado insegurança no interior de São Paulo. Os críticos da lei que permite a saída temporária de presos, dizem que falta mais cuidado na hora de liberar um condenado pela Justiça.
O que acontece é que, em muitos casos, as portas para as saídas temporárias são também as portas para novos crimes. Como o que aconteceu em um bairro residencial da cidade de Mirassol-SP: duas mulheres foram feitas reféns dentro da própia casa. A sorte delas é que, em uma edícula, nos fundos da residência, haviam outras pessoas, que chamaram a polícia.
"Perceberam que a residência estava mais fragilizada, porque a menina estava varrendo a parte da frente da casa e adentraram pela casa com ela, rendendo as vítimas. Foram encontrado com eles uma arma de fogo, com numeração raspada, uma vasta quantidade de jóias, celulares, bolsas de grife e pertences pessoais", relatou o sargento da PM Renato Oliveira Martins.
Os bandidos foram identificados pela polícia. Eram José Francisco de Oliveira, Everton Barbosa de Souza e Eduardo Almeida Alves, que já cumpriam penas por roubo e tráfico de drogas. No dia do crime em Mirassol, eles estavam em liberdade por causa da saída temporária.
Um caso parecido também foi registrado na cidade de São José do Rio Preto, no último fim de semana. Duas mulheres viveram momentos de terror quando ladrões invadiram a casa delas, amarrando-as e fazendo ameaças: "Eles só falavam pra gente não reagir, que não ia machucar. Com a arma apontada principalmente para a minha mãe", conta uma das vítimas.
Os ladrões fugiram com cerca de R$ 3 mil, aparelhos eletrônicos e celulares. Duas horas após o roubo, a dupla foi presa em uma outra casa, onde havia mais sete suspeitos. Apenas um, dos nove presos, não tinha passagem pela polícia. Dois deles estavam soltos porque tinham sido beneficiados pela saída temporária. Todo o material roubado foi encontrado no local, além do dinheiro.
Ainda no último fim de semana, o delegado chefe do Deinter 5 de São José do Rio Preto, Guerino Solfa Neto, de 43 anos, foi morto a tiros. Ele tinha acabado de sair de uma festa em uma chácara. O suspeito de cometer o crime também estava em saída de meio de ano.
O que chama a atenção em todos esses casos, é que os envolvidos cumprem pena no sistema prisional, mas conseguiram a liberdade por meio de um benefício garantido por lei. Segundo juristas, toda lei deve ser cumprida - mas não significa que ela não deva ser questionada: "O preso não é avaliado subjetivamente. E, sem que haja uma avaliação, ele é posto na sociedade, ele é jogado, como um teste. E aí, vem esses dissabores que nós estamos enfrentando diariamente", analisa o promotor aposentado Antônio Baldin.
Somente nesta última saída temporária, 1.307 homens deixaram o Centro de Progressão Penitenciária de São José do Rio Preto.

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